Soneto para a viagem que não fiz à Sampa

Esse final de semana, eu tinha programado ir à São Paulo, conhecer alguns poetas daquelas bandas, ir a uns bares diferentes, mas não hora H, circunstâncias extraordinários obrigaram-me a adiar minha partida. Aí vão dois sonetos pela viagem que não fiz.


Dia desses, vou à Sampa
ir ao teatro, beber à pampa
dar um rolé na praça roosevelt
sem tropeçar na contra-rampa

conhecerei o márcio, o bortolotto,
lhes pagarei uma cerveja
com a moeda sertaneja
que roubei do boquirroto

o ademir, grande poeta
conhecê-lo é minha meta
e rezar na mesma igreja

não gostamos, ora-veja,
de ver o bolo sem cereja
apodrecendo na bandeja

***

quando eu for a sampa
apresentar-me sem estampa
com meu talento para a guampa
e beber mesmo com tampa

ali terei os meus amigos
- que matam os papa-figos
e protegem os mendigos
ah, sampa dos vitiligos

dos desvarios, dos desabrigos
do rio cor-de-trampa
da noite que não deslampa

ah sampa dos sonhos meus
dá um toque lá em Deus
para pagar o meu adeus

2 comentários:

Anônimo disse...

Miguelito, se este Márcio a que vc se refere no poema, sou eu, prefiro uma Tônica com limão.
Bem vindo ao lugar que vc não veio.
Abração.

Miguel do Rosário disse...

Fala, Márcio. Era você mesmo. Fica pra próxima. Abraço.

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