ah, não me venham com seus truques,
os esquifes que lhes esperam não foram pagos,
e o tranquilo sol, que hoje chupa manga
não partilha de seus ideais
ah, não me venham com sorrateiros
conselhos místicos sobre o além-mundo
inconvenientes mistérios
que nada a ver tem com minha taxa de aluguel
os poemas são vivos,
sangram, vomitam e tudo mais,
pés cravados na terra
olhos contemplando
esse mundão de Deus
ratos espreitam de seus buracos
querendo comer as migalhas
que os poetas disperdiçam
nos bares da periferia
é claro que o povo dança
na sua dança há ódio
e vontade de poder
os fatos são duros
para a doçura dos olhos
os homens sujos
desconfiam que a limpeza
às vezes exala um cheiro pior
que sardinha
podre
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