A dor extraordinária sob os escombros da insone metafísica

angústias eletrônicas chocam-me a honra azul
do sonho incômodo, o amor profundo
pelo homem vil, pelo mundo
em seus defeitos mais antigos
PODRIDÃO
compreendida como desespero da ética
e tudo grita e luta
tentando ajustar-se às contradições
sangrentas do universo

estou morto, como Deus
triste sou, como seus
olhos cor de adrenalina
e sua boca
de saliva cristalina

minha carta também acende
crudélissimos sentimentos, iras
e temores inauditos
sonhos desmentidos
poemas malditos

não quero o país
cor de rosa dos imbecis de chapéu côco
recuso o sonho imberbe
do comunismo burguês
de intelectuais de calça cáqui

quero o país como ele é
em sua plenitude dolorosa
verdadeiro,
sincero, humilde, grandioso

sou poeta, e as noites
para mim são sempre estreladas,
gotejam sangue, solidão
e lágrimas de liberdade

(Pintura: Picasso)

Um comentário:

Txatxismantiskiana disse...

"sou poeta, e as noites
para mim são sempre estreladas,
gotejam sangue, solidão
e lágrimas de liberdade"

nada como palavras que não são individuais.

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