ah, o tempo
com suas asas cor-de-café
bebeu-me o sangue
como quem sorve
uma caneca de cerveja
ah, o tempo
é quase tão lindo
e cruel
como o Rio
visto do alto
à noite
a revista veja
denunciou o tempo
disse que ele foi visto
fumando maconha
num churrasco
de amigos
na ilha do governador
ah, tempo
deixa pra lá
você há de durar
a eternidade
a veja
morrerá
na puberdade
eu e o tempo
costumávamos brincar
de guerra
um dia, roubei
a arma de meu pai
e puxei o gatilho
morreu o tempo
às sete horas da noite
no meio da praça cruz vermelha
rodeado de mendigos curiosos
e banhado pela luz
dourada
de um poste
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