Os poemas de Brasil Barreto

O Brasil Barreto, diamante que se lapidou na poesia marginal dos anos 70 e 80, um dos poucos que conseguiu sobreviver à tsunami global, que deixou vivos apenas os que aderiram ao espírito pop, pueril e vendido dos novos (ou nem tão novos) tempos, brindou-me com mais um livro de sua extensa bibliografia, o Farpas & Fagulhas.

Aos poucos, irei compartilhando com vocês a beleza e força e rebeldia de seus poemas.

Hoje, publico esse:


Insônia

Parte do meu corpo
insiste em dividir-se,
meu lado esquerdo
completamente adormecido,
aquece minha carcaça.

Enquanto meus tormentos
declinam à minha direita.

Surgem revelações noturnas
de pálidas belezas,
nos remetendo a tempos
de profundidade estelar,
a pontos luminosos sem idade.

Tropeçamos em noites de insônia
avalanches de eternas indagações,
- quantos de nós haverão na cidade?

(Brasil Barreto)

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