Insônia Maldita (um poema antigo)

um olho que cai
fundo
e flui
aos poucos se espalha
por todo o centro
o âmago sombrio
puro
negro
como lua traída
ou beijo negado
com fúria

facas que não mais cortam
estão cansadas
transbordando compaixão
e o sangue da noite
nos embriaga, nos esquece
e nos consome
em seu curso violento
na direção do absurdo
de um sorriso

caem, quebram,
restam só mentiras,
estilhaços, dor e cinzas
e a saudade se contorcendo
no deserto noturno
dessa insônia
maldita

(MR)

Nenhum comentário:

Seguidores

 
BlogBlogs.Com.Br