Tá chegando a hora

"A forma mais ínfima da vida é a ameba. Daí surgiram os grandes homens", Millor Fernandes

O Festival do Rio de cinema está chegando. Hora de começar a azeitar as máquinas. Treinar um pouco a arte de resenhar filmes. Até porque a Revista Miroir, editada pela Priscila, está super-cadastrada para participar do evento. Será lançada uma edição no dia 21 de setembro, junto com a abertura do Festival. Meu objetivo este ano é beber menos e escrever boas críticas, senão profundas e precisas como as da Contracampo, pelo menos suficientemente originais e divertidas para justificarem sua existência.

Comecemos de leve, brincando apenas, para desenferrujar. O título do filme - Fahreinheit 451 - corresponde à temperatura a partir da qual os livros pegam fogo. Bombeiros de um futuro indefinido agem como uma espécie de polícia anti-literatura. Acionados por denúncias anônimas, realizam buscas minunciosas nas casas dos acusados e encontram livros no interior de aparelhos de tv, dentro de torradeiras e em toda espécie de compartimentos secretos. Juntam os livros num bolo e os carbonizam com lança-chamas.

Oskar Werner, que já ficara imortalizado por Truffaut em Jules e Jim, é o protagonista da história, um bombeiro anti-livros que começa a se interessar pelos objetos proibidos. Baseado na obra-prima homônima de um dos maiores nomes da ficção científica norte-americana, Ray Bradbury, o longa de Truffaut foi rodado em 1966. O argumento do filme, apesar de preservar ainda hoje algum valor metafórico, parece meio forçado, inverossímil. Não li o livro, que certamente deve conter muito mais elementos (e portanto mais verossimilhança e coerência) que o filme. Nessa mesma linha, prefiro 1984, de Michael Radford, baseado no livro homônimo de Orwel, protagonizado por Jonh Hurt e Richard Burton.

Aliás (informações atualizadas da bolsa carioca de livros)

Bradbury também possui um livro de contos fabuloso, Remédio para Melancolia, o qual, por uma feliz coincidência, acabo de adquirir num sebo da rua do Catete, por R$ 5. Também comprei hoje, num outro sebo, na Glória, Lições de um Ignorante, de Millôr Fernandes, por R$ 1; e um livrinho de críticas literárias de Machado de Assis, muito instrutivo, por R$ 7.

Em suma, não há suma (como diz Millôr).

Um comentário:

Anônimo disse...

Não posso participar do Festival, mas fiquei a espera de seus artigos, Miguel. Abraço, Wagner

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