Um poema de diamantino

(rauschenberg)


Tarde

Em carretéis de sois nordestinos
Do meu canino em teu mamilo vibra
O recital de um labirinto finito.

E mastigo o carinho essencial
E esqueço por ande andávamos descalços.
Pelos Paralelepípedos, cascalhos,
Com a nossa concha de moluscos.

Sorriamos um beijar sem precedentes.
Desbravadores das lajes frias,
Molestadores literários sujos,
Inominados e sem prefácio definido.

É bom lembrar de certo cheiro
De guria assustada
E o reverberar dos seus anseios
Com o desprezo e a dedicação
De quem bebe o gole das últimas
Águas ardentes.

No verão de toda a brasa decomposta
As fumaças são sugadas.
E rejubilo embriagado
Recriando a improvável textura
Daquela saia azul cinza.

(Antonio Diamantino Neto)

Um comentário:

WILTON MEDEIROS disse...

Meio cru, meio intenso, um suspiro em busca da beleza. Muito bom. Ah, depois dê uma viajadinha em meu blogger. abs.

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