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Fui ao lançamento do livro Evolução do Cinema Brasileiro no Século XX, dos autores Ricardo Wahrendorff Caldas e Tania Montoro. Entrevistei-os para este blog. Caldas lembrou que o único momento em que o Brasil teve empresas privadas com capital próprio para investir em produção de cinema foi na década de 30. A crash da bolsa de Nova York e a depressão que se seguiu levou as produtoras americanas a privilegiar somente o mercado doméstico norte-americano.

As produtoras brasileiras aproveitaram a lacuna e se expandiram no mercado brasileiro. Basicamente, foram três produtoras independentes que se destacaram no país: Sinedia, Veracruz e Atlantida. O livro traz informações sobre o perfil das três produtoras.

O fim da depressão, e o período pujante da economia ianque no pós-guerra traz novamente as produtoras americanas para o Brasil, tomando o mercado conquistado pelas concorrentes nacionais, que não tinham cacife para competir. Ainda mais se considerarmos que as produtoras americanas, nos anos 50, auge da guerra fria, obtinham subsídios bilionários do governo americano.

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Segundo Caldas, no Brasil, o grande rival do cinema é a televisão. O auge das salas de cinema ocorre em 1975, quando chegam a 3.276 em todo país. Em seguida, vão caindo, caindo, até chegar ao fundo do poço em 1997, com apenas 1.075 salas. De lá pra cá, tem havido uma recuperação gradual, chegando a 1.997 salas em 2004.

A tv teria sido a culpada, analisa o autor. Afinal, o custo de se ver um filme pela TV é infinitamente menor que vê-lo no cinema. Considerando que o preço do ingresso tem aumentado sistematicamente nos últimos dez anos, a TV continua ampliando sua vantagem competitiva sobre o cinema.

Tania Montoro, também autora, observa que o cinema contemporâneo vai beber fartamente na linguagem televisiva, aproximando-o do espectador brasileiro, hoje predominantemente telespectador.

Caldas observa que seria fundamental para que o cinema brasileiro desse um passo adiante que houvesse uma parceria maior entre os canais de TV e as produtoras de cinema. Ele tem uma sugestão. O governo poderia conceder renúncia fiscal aos canais de TV que investissem na produção de filmes. Em contrapartida, o governo, ou o Congresso, poderiam criar algumas regras que exigissem dos canais uma programação constante voltada ao cinema nacional.

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O livro Contos para Ler no Botequim agora está disponível também na Mercearia São Pedro. O dono, Marquinhos, gostou dos livros e comprou alguns exemplares para revenda no local. Basta ir lá e pedir o seu. Em março ou abril, devo estar lançando a segunda edição, com contos novos. Devo fazer um lançamento na Mercearia. Aviso por aqui.

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Um livro que gostei excessivamente foi o Antologia Bêbada, que ganhei do Marquinhos, sócio da Mercearia São Pedro. Os contos do Reinaldo Moraes, do Bortolotto e do Xico Sá são muito muito muito divertidos. O livro, primorosamente editado pelo Joca Terrón, é mesmo uma curtição.


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A Mara Coradello voltou a escrever em seu blog. Há poemas lindos por lá. O link dela está de volta ao lado.

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