Mini Conto e Poema

Palestina

Elas engasgavam sangue, porra e cachaça: na cama, junto com armas de fogo e plantas medicinais. Ana e Ana eram duas e a mesma pessoa, repetição poética que explodia em Hebrón às três horas da tarde. Por liberdade, elas morreram, pela Palestina sublime, eterna - incêndio negro e impossível.

Van Gogh Blues

Lembra-te dos sóis
violentos e amorosos
que te invadiam
a casa nas madrugadas
quando ficavas a sós,
com tua angústia
e tua liberdade?

Lembra-te, camarada,
dos tempos destruídos
por cores fortes,
tão fortes como bombas
explodindo à tarde?

E da morte,
lembra?
Quando ela veio
arrebatando-te irmãos,
irmãs, pais e mães,
tias e avós,
e novamente a sós
ficaste no mundo?

No quarto
em que esconderam
tua luz,
não encontraste,
mais uma vez,
a deusa das formas,
das cores,
e das paixões?

Quem te apresentou
às musas?

Quem te ensinou
a violência dos amarelos?

Não, não digas nada.
Não é preciso.
Os vermelhos de tua noite
falam por ti.

Um comentário:

Anônimo disse...

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