Para Priscila
e se fosse uma chance
perdida
rolando sobre rochas
de sangue e caindo
sobre montes de lixo
romântico
com olhar sujo
e íntegro
que se liquefaz
em sonhos
de mar e guerra
invenções ferozes, como
ela ao acordar sem mim
quem sabe o futuro
de vetustas solidões
sangrentas hipocrisias
que lhe espera à sala
escura e vibrante da TV?
e se fossem mães
tão puras
que se transformam
em dóceis cães do inferno
porque são boas
e os bons ardem
no inferno do mesmo jeito
e se fosse uma chance
jogada fora
furiosamente, como alguém
que fugisse do hospital
para viver seu câncer
longe das camas
esterelizadas e do olhar
pegajoso dos inimigos
é sempre melhor fugir,
mergulhar no lago
do sofrimento
e afogar-se
como quem
escapa da morte e vai
lutar,
absurdamente,
outra batalha.
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2 comentários:
às vezes a poesia de Rosário se apossam de uma habitual sonoridade típica do pós modernismo, mas o vocabulário fere e as imagens consolam-desolam no amadurecimento de um estilo que é só seu.
Sempre com uma observacao inteligente, Diamantino. Valeu.
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