Noite agitada e produtiva

Ontem foi uma noite agitada e produtiva. Primeiramente, fomos ao ateliê do artista plástico Alexandre Alves, que inaugurou um evento a ser realizado todo segundo sábado do mês, na Lapa, rua Francisco Muratori 38. Lá recitei meus últimos poemas, publicados nesse blog, vendi alguns exemplares do meu livro, tomei umas cervejas e tive divertidas conversas com meu camarada Nilton Pinho, também artista plástico e co-editor de nossa revista de arte Serebelo. A uma pergunta minha se o artista não deveria se organizar à margem do Estado, Nilton mandou essa: "o artista tinha que ser funcionário público". Depois explicarei melhor o posicionamento do Nilton, que é diferente do meu mas nem tanto.

De lá, fomos dar uma volta na Joaquim Silva, que é o coração sombrio e palpitante da Lapa, com esperanças de haver uma roda de samba no bar do Seu Cláudio. Mas não havia nada e então decidimos dar um pulo na Festa Phunk, que estava rolando no Bola Preta, na Cinelândia, logo ali perto.

Chegamos lá às 2:20 e nos deparamos com uma festa cheia, "bombando". Demos uma idéia no segurança e entramos. Ah, antes disso, do lado de fora da festa, encontrei o Rod Britto, editor do jornal Alto Falante, que me deu um exemplar da última edição, na qual há um artigo meu falando sobre a necessidade da "mídia alternativa se unir para crescer e ganhar dinheiro". Depois eu publico esse artigo aqui nesse blog.

Dentro da festa, encontrei muitos amigos. Estavam lá o Ericcson Pires, poeta ultra-ativo e militante, que tentou me informar sobre algo que acontecia às sexta-feiras, mas com o barulho não entendi direito. Só respondi: "tá legal, sexta-feira!", sem nem saber o que era. Mas vendi um livro pra ele e juramos amor pela poesia. Soltei uma daquelas frases de bêbado metido a filósofo: "a poesia vai mudar o mundo... sobretudo o Brasil". E Ericcson, seguindo o espírito da coisa, respondeu: "e vai ser provavelmente a gente mesmo".

Depois encontrei o Dau Bastos, escritor prestigiado, que lançou recentemente um romance muito bom sobre imigrantes. Mas ele estava bastante amargurado e pessimista com a situação política e com as perspetivas literárias de sua e da minha geração. "Nós nunca vamos ser Guimarães Rosa e nos fudemos na política", foi a bomba que ele soltou e que me deixou pensativo e silencioso pelos próximos 30 minutos. Inclusive me deu a idéia de escrever um artigo entitulado: "Nos fudemos", falando sobre a situação política. O Dau estava na companhia do Leo, poeta, que está lançando um livro por esses dias. Espero entrar em contato para ir ao lançamento.

Estavam na festa a galera do Arte & Política, meu sócio-editor e amigo, Bruno Dorigatti (que arrumou recentemente um dos melhores empregos do país, repórter do Portal Literal), com a Clarissa, que faz a diagramação do jornal impresso, além de outros simpatizantes de nossa "causa". Estava também nosso grande músico, Ceará, vocalista da banda Sequelas do Povo, que sempre toca em nossas festas.

Tive vários papos-cabeça com o Bruno, como sempre. Um deles foi que a crise política é uma coisa eminentemente masculina. Sei que há uns reacionários por aí que dizem odiar homens feministas, mas eles não compreendem que nós, homens, temos mesmo é que estimular que as mulheres tomem o poder, para nós, finalmente, nos livrar dessa responsabilidade e irmos curtir a vida. A crise política foi uma grande cagada de homens. Por isso concordamos que a saída de Dirceu e a entrada de Dilma Roussef, foi uma alternativa poderosa e natural para começar a resolver a crise.

Um comentário:

Miguel do Rosário disse...

obrigado, darlan. volte sempre.

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